11 março 2007

o Internetês

Com o surgimento de novas modalidades de comunicação na internet, com enfâse na escrita, uma nova linguagem abreviada e cheia de novos códigos surgiu, em decorrência da necessidade de ser rápido na comunicação síncrona dos chats e comunicadores instantâneos.É o chamado internetês, que vem gerando algumas polêmicas, especialmente na escola já que esta preocupa-se historicamente com a linguagem padrão.

Clique na imagem para ver o vídeo do programa "Entre Aspas".

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Gêneros Textuais - a comunicação virtual

A língua é uma convenção humana, em constante mutação, pois é viva. Na escola a base do estudo é a língua padrão, porém devemos considerar as variantes lingüíticas em seus diversos contextos. Temos de preparar nossos alunos para a competência da comunicação, escrita e falada, nas diferentes situações em que estiverem inseridos, ensinando e mostrando a adequação do uso. Daí a importância da abordagem dos vários gêneros textuais, exercitando a linguagem no seu contexto social. Com a crescente inclusão digital e o advento da web 2.0, com suas ferramentas interativas, a linguagem virtual passou a ser cotidiana. Como destaca Marcuschi, a escrita é a forma predominante mesmo nas comunicações síncronas. Devido às pecualiaridades das situações comunicacionais, novas formas de escrita vão surgindo. A escrita eletrônica, devido à quantidade de recursos audiovisuais que a acompanham, precisa ser mais sucinta e breve. A escrita abreviada e cheia de códigos, própria das comunicações instantâneas, batizada de "internetês" não pode ser desconsiderada pelos professores. É necessário mostrar aos nossos alunos o seu uso adequado e contextualizado. Com o surgimento dos vários gêneros citados pelo autor, estabeleceram-se também algumas normas de comunicação chamadas de netiquetas, que são importantes, assim como são importantes as normas gramaticais para a escrita no papel. Penso que junto com as formas desses gêneros, devem ser orientados os alunos também nesse sentido, bem como nos aspectos legais que implicam na responsabilidade de autoria. Possibilitar a criação de um endereço eletrônico, participação em fóruns, videoconferências, blogs, bate-papos educacionais tem sido uma rotina que tenho adotado com meus alunos. Mas junto com isso tenho tido essa preocupação de alertar para as posturas corretas, com respeito à legislação digital.

A gestão das Tecnologias

Segundo o professor Moran, os passos para uma boa gestão devem envolver a garantia do acesso, ter os recursos tecnológicos disponíveis; o domínio técnico através da capacitação do professor; o domínio pedagógico e gerencial – integrando as tecnologias no processo ensino-aprendizagem e, por fim, as soluções inovadoras através da interação via rede. É evidente que a integração entre o administrativo e o pedagógico deve existir para que as tecnologias possam estar a serviço de uma melhor educação, auxiliando no processo ensino-aprendizagem e na integração da escola com a comunidade. O gestor, a equipe diretiva, exerce papel fundamental para garantir a integração de todos esses aspectos. O multiplicador por sua vez, deve orientar para as possibilidades de utilização da tecnologia , fazendo entender que o administrativo e o pedagógico complementam-se. Se a equipe diretiva tiver conhecimento da importância do uso das tecnologias, investirá em recursos financeiros e em recursos humanos, abrindo espaço para a formação dos professores. Vejo que o multiplicador é o elemento integrador , mediador, tanto a nível do administrativo quanto do pedagógico. A implantação do uso das tecnologias, de forma assim integrada dentro dos setores da escola, não tem ocorrido de forma tão fácil na maioria das escolas. Muitas vezes encontramos laboratórios de informática sucateados, com máquinas quase obsoletas. Outras vezes, temos laboratórios quase intactos, com falta de recurso humano especializado que oriente sua utilização ou por falta de estímulo das direções que os trancam a chave. Em outras nos deparamos com a luta solitária de um profissional pela implantação das tecnologias, sendo pouco estimulado e apoiado pelos gestores que impedem espaços de formação. Enfim, são inúmeros exemplos pelo Brasil afora. Não basta que apenas ocorra o entendimento entre os setores da escola. É preciso vontade política dos órgãos públicos responsáveis para viabilizar isso, aplicando tanto recursos financeiros, quanto recursos humanos especializados que cuidem dessa parte. Talvez essa discussão devesse se estender um pouco mais e deveriam ser corrigidas algumas incoerências, pois investe-se na formação de profissionais que muitas vezes depois não são aproveitados.Por isso, quando se fala em gestão, creio que isso extrapole os limites da escola. O multiplicador cada vez mais será importante na formação dos professores. Seu papel de sensibilizador para o uso das tecnologias é urgente, pois se ainda estamos engatinhando para a utilização dos laboratórios de informática, onde o professor ainda vai por opção, o mesmo não podemos dizer da necessidade de “todos” integrarem as TICS na sua prática quando provavelmente, em breve teremos uma mudança significativa se for implantado o projeto OLPC (um laptop por criança), já em fase de teste em 2007 em algumas cidades do país. Nesse caso, o computador passa a ser usado dentro da sala de aula e então a formação do professor será uma necessidade cada vez maior. Temos de começar a nos preparar para essa realidade.
 
BlogBlogs.Com.Br