Segundo o professor Moran, os passos para uma boa gestão devem envolver a garantia do acesso, ter os recursos tecnológicos disponíveis; o domínio técnico através da capacitação do professor; o domínio pedagógico e gerencial – integrando as tecnologias no processo ensino-aprendizagem e, por fim, as soluções inovadoras através da interação via rede. É evidente que a integração entre o administrativo e o pedagógico deve existir para que as tecnologias possam estar a serviço de uma melhor educação, auxiliando no processo ensino-aprendizagem e na integração da escola com a comunidade. O gestor, a equipe diretiva, exerce papel fundamental para garantir a integração de todos esses aspectos. O multiplicador por sua vez, deve orientar para as possibilidades de utilização da tecnologia , fazendo entender que o administrativo e o pedagógico complementam-se. Se a equipe diretiva tiver conhecimento da importância do uso das tecnologias, investirá em recursos financeiros e em recursos humanos, abrindo espaço para a formação dos professores. Vejo que o multiplicador é o elemento integrador , mediador, tanto a nível do administrativo quanto do pedagógico. A implantação do uso das tecnologias, de forma assim integrada dentro dos setores da escola, não tem ocorrido de forma tão fácil na maioria das escolas. Muitas vezes encontramos laboratórios de informática sucateados, com máquinas quase obsoletas. Outras vezes, temos laboratórios quase intactos, com falta de recurso humano especializado que oriente sua utilização ou por falta de estímulo das direções que os trancam a chave. Em outras nos deparamos com a luta solitária de um profissional pela implantação das tecnologias, sendo pouco estimulado e apoiado pelos gestores que impedem espaços de formação. Enfim, são inúmeros exemplos pelo Brasil afora. Não basta que apenas ocorra o entendimento entre os setores da escola. É preciso vontade política dos órgãos públicos responsáveis para viabilizar isso, aplicando tanto recursos financeiros, quanto recursos humanos especializados que cuidem dessa parte. Talvez essa discussão devesse se estender um pouco mais e deveriam ser corrigidas algumas incoerências, pois investe-se na formação de profissionais que muitas vezes depois não são aproveitados.Por isso, quando se fala em gestão, creio que isso extrapole os limites da escola. O multiplicador cada vez mais será importante na formação dos professores. Seu papel de sensibilizador para o uso das tecnologias é urgente, pois se ainda estamos engatinhando para a utilização dos laboratórios de informática, onde o professor ainda vai por opção, o mesmo não podemos dizer da necessidade de “todos” integrarem as TICS na sua prática quando provavelmente, em breve teremos uma mudança significativa se for implantado o projeto OLPC (um laptop por criança), já em fase de teste em 2007 em algumas cidades do país. Nesse caso, o computador passa a ser usado dentro da sala de aula e então a formação do professor será uma necessidade cada vez maior. Temos de começar a nos preparar para essa realidade.
11 março 2007
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