19 julho 2007

Saberes e Pilares para a Educação do Século XXI

Estamos discutindo , nessa etapa do curso, qual a postura do educador do futuro e que propostas a educação deverá ter, diante do cenário de um mundo globalizado, onde novos paradigmas se fazem necessários frente às novas exigências de uma sociedade que precisa urgentemente reconstruir outro rumo para garantir a qualidade de vida, em que cada cidadão tenha seu espaço garantido para viver com o mínimo de dignidade. Essa é a minha interpretação dos Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro de Edgar Morin e dos Quatro Pilares da Educação de Jacques Delors.

OS SETE SABERES – MORIN

O conhecimento – erro e ilusão

Morin destaca a idéia de que não podemos confundir o conhecimento com a realidade, pois este é uma reconstrução dela e sujeito a erros. As idéias são pontos de vista da realidade e, muitas vezes, não são imparciais, o que pode levar a supervalorização de umas em detrimento de outras, podendo haver resistências à sua aceitação.
O conhecimento pertinente

Morin nos mostra que o conhecimento precisa ser contextualizado para ter o devido significado. A escola trabalha de forma muito fragmentada e não proporciona oportunidade de que o aluno tenha uma visão do todo, juntando as partes. No mundo moderno esse é um dos grandes desafios da educação: conseguir apreender a complexidade das coisas, sabendo reconhecer todas as multifacetas do conhecimento. É preciso ensinar a estabelecer relações considerando as diversas dimensões que interferem num mesmo problema ou conhecimento.

A identidade humana

O homem é razão e emoção, é prosa e poesia. Tem em si a criança e o adulto. Somos indivíduos únicos, mas ao mesmo tempo partes da sociedade que sem nós não existiria.Temos todos a mesma natureza, mas dentro dela desenvolvemos a diversidade através das culturas e crenças.Morin lembra bem que não apenas através das ciências formais se aprende , mas que a literatura, a poesia podem contribuir em muito para compreender a complexidade humana.Muito poucos professores ensinam a ler poesia, ou melhor muito poucos lêem poesia. Entendo que poesia não seja apenas um gênero textual, mas um jeito de olhar a vida com mais sensibilidade, o qual devemos oportunizar aos nossos alunos.

Ensinando a condição humana

É olhando para o nosso interior, examinando e transcendendo nossos padrões herdados de nossos pais, de nossos familiares e da própria cultura e sociedade que poderemos encontrar um sentido em nossas vidas, uma resposta para a pergunta que todos nós temos em nossa mente: "Para que estamos vivos ?" É preciso mostrar aos alunos que somos parte de uma sociedade que molda nosso comportamento por padrões sócio-culturais, mas por outro lado, somos pessoas que podem desenvolver uma consciência interior capaz de nos possibilitar escolhas na construção da própria história, sendo agentes de sua transformação em nosso benefício. Para isso a educação deve oportunizar ao aluno o auto-conhecimento.

A Incerteza

A educação deve evitar mostrar ao aluno idéias fechadas e prontas. Corremos o risco do imprevisto, do erro. Precisamos nos preparar para as incertezas do futuro e isso inclui nos munirmos da coragem necessária. Temos de mostrar as diferentes versões do mesmo problema, pois o conhecimento é uma interpretação da realidade, que nem sempre é fiel a ela.

A Condição Planetária

Estamos hoje conectados ao mundo, as informações estão globalizadas e vivemos problemas comuns, complexos, de riscos de vida e morte no planeta, mas ainda não conseguimos achar soluções coletivas e eficazes. É preciso que a educação se utilize da tecnologias para interligar escolas e outras entidades nessa discussão e tomada de medidas efetivas para a mudança global.

A Antropo-ética

A educação deve comprometer-se a trabalhar a conscientização de que cada um é responsável enquanto cidadão por uma parcela que interfere no todo da sociedade, pois o destino da humanidade é comum a todos. Somente com a responsabilidade de cada um, agindo em função do "nós", poderemos reconstruir e civilizar a Terra. É preciso que cada ser humano compreenda que a ética exige responsabilidade de abrir mão do individualismo, para não colocar em risco os bens coletivos.

OS 4 PILARES DE DELORS

Aprender a conhecer

A preocupação da educação não deve ser apenas com o conhecimento em si, mas em proporcionar aprendizagens de como adquirir esse conhecimento, para que ele possa ocorrer em qualquer situação ao longo da vida. O mundo está em constante transformação, as informações mudam em pouco tempo, o que precisamos é fazer com que os indivíduos adquiram competências para se adaptarem a situações novas e imprevistas. O importante não é mais a quantidade das informações acumuladas, mas saber selecioná-las e refleti-las a fim de buscar soluções necessárias ao longo da vida.

Aprender a fazer

O aprender a fazer está relacionado com a questão profissional. Mais do que os conhecimentos técnicos, é preciso aprender os conhecimentos comportamentais, o saber trabalhar em equipe, usar a criatividade, ter iniciativa. As habilidades físicas estão sendo substituídas pelas habilidades cognitivas, já que cada vez mais as máquinas estão automatizadas e o homem está no comando delas.Não se pode mais preparar alguem simplesmente para uma atividade específica, porque a todo momento as coisas evoluem, então é necessário o preparo para a inovação, a solução de conflitos. Juntamente com a formação técnica é preciso o preparo para uma melhor relação entre as pessoas, saber trabalhar em equipe.Tanto nas economias formais quanto nas informais é necessário aprender como comportar-se em situações de incerteza.

Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros

A sociedade competitiva e os preconceitos geram uma violência que deve ser combatida pela escola. Ensinar a viver juntos é fundamental, conhecendo antes a si mesmo para depois conhecer e respeitar o outro na sua diversisade.A melhor maneira de resolver os conflitos é proporcionar formas de buscar projetos e objetivos em comum, através da cooperação, pois assim ao invés de confrontar forças opostas, soma-se a diversidade para fortalecer as construções coletivas.

Aprender a ser

A educação deve contribuir para a formação integral do ser humano, em todos os seus aspectos físico, espiritual, social, intelectual, etc. de forma que cada um possa desenvolver sua criatividade e senso crítico, seus valores que o conduzam à construção de sua própria história.É importante que todos tenham oportunidade de desenvolver seus talentos pessoais, para que tomem iniciativas criativas que levem à resolução de conflitos sociais. Estímulo às artes e imaginação criadora são fundamentais para a formação da autonomia, numa época em que a tendência é a padronização de comportamentos.

05 julho 2007

Reta Final

Estamos na fase final do Curso. Iniciando a monografia, organizando projetos e seminário. Parece que isso não tem fim. Sei que depois vou sentir saudade, mas no momento a vontade é terminar logo, para retomar algumas coisas que andei deixando de lado. Desafios são para serem vencidos. Precisei dar uma desacelerada pra cuidar da saúde, mas vamos lá!
A idéia da complexidade
Segundo Prigogine, toda aprendizagem pressupõe sempre um ponto de desequilíbrio , onde novas informações entram em confronto com os conhecimentos já estabelecidos e, através da interação, haverá necessariamente uma reestruturação desses conhecimentos. A partir do princípio de complexidade, na construção do conhecimento, é gerada uma instabilidade fazendo com que situações imprevisíveis possam ocorrer ou ser analisadas de diferentes maneiras. A relação entre o ser-investigador e o objeto-estudado pressupõe sempre um problema como ponto de partida para ser investigado . Para Shannon o que importa em termos de análise dos dados é a distinção entre o que ainda não sabemos (e que, por isto, para nós é informação!) daquilo que nós já sabemos (fórmulas, prescrição, regras, normas, etc. que, portanto já é conhecimento ou “formação”) e não informação. Diante disso, precisamos considerar que a realidade pode diferir de um indivíduo para outro pois depende do olhar que temos sobre ela.Na monografia , a dificuldade maior está em conciliar essas diferentes visões sobre o objeto-investigado por parte de cada elemento do grupo, pois cada um tem uma relação e vivência muito pessoal em relação a este. Conseguir encadear as idéias de forma coerente e bem fundamentadas, conciliando horários, dúvidas, tempo , experiências, será um desafio.
 
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