27 outubro 2006

Planejar, Avaliar

Fonte:www.uniso.br

Planejar, como diz Luckesi, é estabelecer fins e construí-los através de uma ação intencional. A avaliação , por sua vez, é uma forma de olhar criticamente essa construção no intuito de redirecionar com outras alternativas aquilo que não obtém o resultado desejado. Mas na prática, o que se observa ainda em muitos casos, está longe disso. Muitas vezes confundem-se os meios com os fins.
Meu instrumento de trabalho é a língua portuguesa. Minha preocupação ao planejar é a de que os alunos possam chegar ao aperfeiçoamento da comunicação oral e escrita, desenvolvendo a capacidade de expressar de idéias, sentimentos, argumentos. Tenho a clareza de que a linguagem deve servir de instrumento de libertação e para tanto é preciso propor situações em que os alunos estejam em condições de construir a organização do pensamento, para poder expressá-lo. Luckesi afirma enfaticamente que o planejamento envolve um comprometimento social, ideológico. Na minha escola, o planejamento é feito de forma colaborativa, tendo todos os elementos envolvidos participando. Os alunos participam desse planejamento à medida que indicam quais os temas que mais os intrigam e precisam de uma mudança dentro da sociedade. Dessa forma o planejamento tem um fim social, de transformar o que não está satisfatório.
Eu concordo com essa ideologia, e na minha prática procuro escolher ferramentas que considero que sejam os melhores meios para efetivar a aprendizagem dessa comunicação na prática, dando ao educando a oportunidade de exercitar a cidadania , extrapolando os limites da sala de aula. Procuro sempre aliar o ensino da língua materna à análise do cotidiano do aluno, trazendo à discussão assuntos e problemáticas de seu interesse. Dou ênfase para atividades de leitura e produção textual e trabalhar a gramática de forma contextualizada.Procuro utilizar a tecnologia como meio que auxilie a chegar aos objetivos traçados, por ampliar possibilidades de abrangência na comunicação. Os intercâmbios escolares creio que contribuem muito para o exercício da linguagem na sua função social. Há algum tempo atrás realizamos um intercâmbio através de cartas, via correio, com uma escola de São Paulo. Atualmente, uma das ferramentas que utilizo são os blogs e páginas de escrita colaborativa. Através delas, os alunos expressam seu pensamento, comunicam-se com outras pessoas de fora da escola. Dessa forma penso que o uso da tecnologia é um meio e não um fim.
Foi com esse texto que abri o blog Opinião, em 2005, com alunos do ensino técnico:
"Queridos Alunos!Apropriar-se da linguagem significa uma forma de inclusão social, pois aqueles que não sabem expressar-se estão sujeitos à opressão de quem fala por eles. E nem sempre podemos garantir que os outros defendem as idéias que temos. Mas para defender nossas idéias, temos que estar por dentro dos fatos, temos que aprender a ler o mundo, nas mais diversas linguagens.Falar ou escrever sem fundamentar bem as idéias pode ser pior que o silêncio. Ler e escrever só se aprendem de um jeito: lendo e escrevendo.Este espaço foi criado para você emitir suas opiniões. Bom trabalho!!!”
Quanto à questão da avaliação, creio que é o ponto mais crucial do processo ensino-aprendizagem. Ainda temos muitas dificuldades no geral. Mas vejo que ela deva ser formativa, acompanhar como se dá o processo de construção do conhecimento. Geralmente avalia-se a partir do que o professor determina como certo ou errado. Eu vejo que o mais importante na avaliação é como o aluno se porta durante o processo, sua evolução e não simplesmente pelo que produz no final. Acho que cometemos uma injustiça muito grande quando se avalia para classificar, sem retomar as dificuldades do aluno. Nesse caso a avaliação não cumpre o objetivo de construir, de incluir.

22 outubro 2006

Aprendizagem Colaborativa

Fonte: www.vivenciapedagogica.com.br
Estamos num tempo em que o mundo vive tantos problemas, com as pessoas presas em seus casulos, perdidas em seus problemas existenciais. Nunca estivemos tão rodeados de gente e no entanto tão sozinhos, tão angustiados. E agora José? Que fazer? Estamos começando a perceber que a soluções precisam ser coletivas. Precisamos cada vez mais proporcionar situações de aprendizagem em que o eu ceda lugar ao nós, em que os aprendizes vivam situações semelhantes às que irão vivenciar como cidadãos que só poderão ser felizes convivendo, cooperando, fazendo trocas, partilhas. Não existe outra saída: Ou educamos para a solidariedade ou pagamos o preço da solidão. Ou educamos para a partilha ou ficaremos prisioneiros de um egoísmo que nos afastará cada vez mais, cada um buscando caminhos desencontrados onde um ganhará em detrimento do outro, criando abismos sociais.
A aprendizagem colaborativa pode acontecer em qualquer ambiente, não necessariamente apenas no ambiente virtual , mas quero falar aqui especialmente do uso da internet, que é objeto mais específico de nosso estudo. Nós , educadores que escolhemos o papel de abrir caminhos, de mostrar o novo, utilizando a tecnologia, ainda teremos uma árdua missão pela frente. Porque a grande maioria dos mortais ainda não se deu conta do potencial que o computador tem. Muitos ainda o utilizam para perpetuar velhas práticas, ou seja, receber informações. Com o advento da web.2 a palavra chave é interação. Temos a possibilidade de trocar informações, sermos autores, interferir no processo. Isso é uma verdadeira revolução rumo à nossa libertação, submetidos que fomos sempre às idéias que nos foram impostas sem chance de contra-argumentação.
Nos ambientes colaborativos de aprendizagem à distância, é preciso que cada membro da equipe saiba interagir, deixar a sua contribuição. Apenas acompanhar através de leituras muitas vezes é se apropriar do conhecimento do outro sem contribuir com nada em troca. Sempre haverá diferenças entre os pares, porém a riqueza está na troca dos diferentes saberes.Os mais experientes em determinado assunto auxiliam os que ainda o desconhecem. Assim ocorre a motivação de ambas as partes. Na aprendizagem colaborativa, tem haver a constante troca de idéias, cada elemento sendo responsável pelo resultado do grupo, assumindo tarefas interdependentes. A avaliação do processo pode ser feita pelos pares e também através de auto-avaliação. Também, se a avaliação depender em parte do desempenho total do grupo, cada elemento sentir-se-á responsável pelos demais.
São inúmeras as formas de aprendizagem colaborativa na internet hoje, que podemos utilizar com alunos. Coloco aqui alguns exemplos.Além dos blogs, onde os alunos de várias escolas podem trocar idéias entre si, temos cada vez mais ferramentas de escrita colaborativa, como a wiki, o writely, webnote, etc. A webquest é um grande exemplo de trabalho para ser feito de forma cooperativa, com os alunos solucionando problemas em grupo. Enfim, temos um prato cheio. Basta se dispor a inovar.

15 outubro 2006

Professor do Século XXI

Hoje, no dia do professor, é bom repensar a nossa prática. Somos ou deveríamos ser mediadores, eternos aprendizes junto com nossos alunos, movidos pela curiosidade com o novo. Qual o perfil desse novo educador dos tempos modernos? O jornal Zero Hora publicou uma matéria muito interessante. Acho que já estamos no caminho. PARABÉNS PELO DIA DO PROFESSOR!

Nasce a escola do futuro

Dia do Professor

JAISSON VALIM

O avanço das tecnologias cria um surpreendente fenômeno nas salas de aula brasileiras: os professores, que comemoram seu dia neste domingo, voltam os olhares para o passado. Com os computadores cada vez mais acessíveis, a ampliação do acesso à Internet e a criação de novos games eletrônicos educativos, especialistas defendem que os docentes retomem um modelo pedagógico iniciado há quase 2,5 mil anos. Leia a matéria completa aqui.

08 outubro 2006

Escola do Bairro Cinza



O Que Podemos Melhorar?


A Escola do Bairro Cinza , depois de algumas medidas que tomei , passou a chamar-se Escola Arco-Íris. Quem passa por ela, percebe uma energia boa. Fica no centro da Cidade das Cores, no Bairro Multicolorido. A escola , igual ao que mostra no primeiro vídeo, parece com o sol que fornece luz e energia. Assim, não há pessoa que viva naquela cidade que não tenha passado nela e buscado conhecimento para resolver situações problemáticas da vida ou para desenvolver competências no seu trabalho. O sol é o centro do sistema solar, assim como a escola é o centro da comunidade. Nela estão representados todos os segmentos sociais. Assim como a energia do sol se transforma em vida na natureza, o conhecimento construído na escola se transforma em ações na sociedade, gerando a vida social. Sobre esse conhecimento Jean Piaget estudou com afinco, desvendando o funcionamento da aprendizagem nas crianças. Conhecimento que provém das ações delas com o meio. Conhecimento que se constrói muitas vezes a partir de um erro, a partir do interesse das crianças sobre um objeto.
Então, percebendo a apatia cinzenta daquele lugar propus algumas medidas.
1º - Resolvi construir o Plano Político Pedagógico. Para isso reuni todos os segmentos da comunidade escolar: pais, professores, alunos e funcionários . Discutimos a nossa realidade e refletimos sobre as nossas necessidades. Colocamos nesse plano todos os nossos anseios. Criamos na escola o Conselho Escolar, o Círculo de Pais e Mestres, o Grêmio Estudantil. Criamos os espaços pedagógicos como a Biblioteca , o Laboratório de Informática, a Sala de Leitura, o Laboratório de Ciências. Tudo regulamentado no PPP.
2º - Tendo a comunidade escolar representada, partimos para a criação dos Planos de Estudo. Resolvemos planejar tudo a partir da realidade dos alunos. Para isso reunimos novamente todos os segmentos da comunidade escolar e fizemos uma pesquisa participante, em que cada um (pai, aluno, professor e funcionário) colocou falas sobre pontos críticos da comunidade. Assim, definimos os temas geradores que integrariam os conhecimentos em todas as disciplinas a serem trabalhadas.
3º- Por fim, já de posse dos assuntos de interesse de todos, ligados à realidade vivenciada, organizamos uma formação continuada para os educadores da escola. Assim, toda semana, nos reunimos, por áreas de estudo para planejar e estudar partindo sempre do tema gerador , que integra educandos e educadores.
Para resumir a história, o que era cinza virou cor. Os alunos passaram a entender que a educação tem uma função social. A escola se abriu para a comunidade, trabalhando de forma integrada com outras entidades. Agora os alunos sabem que tudo tem um significado, porque está contextualizado. Estudamos para melhorar nosso meio social, para nos preparamos para ser cidadãos competentes, que saibam cuidar do mundo que nos rodeia a fim de vivermos mais felizes juntos.

03 outubro 2006

Início da Segunda Etapa

Hoje inicia a segunda etapa com as disciplinas Design Didático e Pesquisa e Saber Docente. Temos nova Tutora, mas espero que o Sérgio continue interagindo. Tenho certeza disso. Ele nos deixou um pensamento do Saramago que espero poder seguir "Sim, não tenhamos pressa. Mas não percamos tempo." e também outr odo Leminski: "Meus amigos, quando me dão a mão, sempre deixam outra coisa, presença, olhar, lembrança, calor. Meus amigos, quando me dão, deixam na minha a sua mão." .
Durante a primeira etapa, já foi possível sentir o gosto da convivência.Mesmo sendo um curso à distância, as amizades são reais. E deixo aqui outra mensagem que deve ser do Vinícius de Moraes,agradecendo especialmente ao Sérgio por tudo.


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários. De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, trêmulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando
comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
 
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