30 agosto 2006

Linguagem da Nova Geração

Uma das reflexões do Livro O que é Mídia - Educação? , de Maria Luiza Belloni, diz respeito à necessidade da escola incorporar o ensino das mídias ou através delas, pois "uma nova autodidaxia" está acontecendo entre os jovens e crianças. A linguagem da nova geração é a linguagem audiovisual. A escola não pode fechar os olhos a isso, sob pena de perder o contato com as novas gerações. Na Zero Hora de 28/08/2006 a reportagem ilustra bem essa teoria.


Fonte Zero Hora 28/10/06

Ajuda mirim


Pais buscam auxílio dos filhos para decifrar a tecnologia digital

TATIANA CRUZ

Uma cena já se tornou padrão em qualquer lar com mãe, pai e filho adolescente. É quando chega a hora de ligar a TV, fazer o DVD rodar, usar o computador ou entender o que aconteceu com a câmera digital que surge a mãozinha de uma geração nascida imersa na tecnologia. E, além de servir de consultor informal da família, é voz decisiva na hora das compras.

Alfabetizadas com a ajuda de um mouse, essas crianças e adolescentes dão o aval que os pais precisam na hora de trocar de celular ou de computador. Em certas casas são elas que decifram para a família um simples aparelhinho: o controle remoto da TV a cabo.

- Pego aquele controle cheio de botões e me perco. Só sei ligar, desligar e mudar de canal. Usar as outras funções é com elas - diz a administradora de empresas Luciene Medeiros Kuhn, referindo-se às filhas Isadora, 13 anos, e Alice, 12.

A dependência declarada não se restringe à TV. Câmera digital ou filmadora, todo o arsenal tecnológico passa pelo crivo das meninas, até mesmo na hora das compras.

- Elas que escolheram o modelo do meu celular. Eu só sei e só quero usá-lo para fazer ligações, mas elas insistiram que é importante ter câmera - conta a administradora.

Embora a videocâmera ganha no Dia das Mães pare mais nas mãos das filhas, Luciene, que só teve TV em casa depois de grande, vê com bons olhos a proximidade dos jovens com a parafernália hi-tech.

- Não uso mais por comodismo, mas acho útil todo esse domínio porque influi na educação. Elas têm mais informação do que eu tinha na idade delas e utilizam quase todo o potencial dos equipamentos - comenta.

Levantamento do instituto de pesquisas Ipsos-Marplan em 2004 demonstra a força dessa geração hi-tech. Realizado com crianças acima de 10 anos das classes A e B em nove centros urbanos, incluindo Porto Alegre, o estudo mostrou que mais da metade, 51%, tinha interesse em computação e 37%, em ciência e tecnologia.

Para o especialista em consumo José Roberto Rezende, diretor da ShoppingBrasil, os filhos estão sendo decisivos nas compras de tecnologia da família, virando uma espécie de manual dos aparelhos.

- Tem uma geração, com mais de 30 anos, com horror a manual. O consumidor médio quer mais simplificação, enquanto os jovens querem desafios - avalia.



Ligadas na rede
Assuntos de maior interesse para crianças acima de 10 anos das classes A e B, em respostas de múltipla escolha:
Televisão 55%
Computação 51%
Ciência e tecnologia 37%

Fonte: pesquisa Consumo Infantil, do instituto Ipsos-Marplan

27 agosto 2006

Os caminhos que a internet nos oferece

A internet é uma imensa floresta. Podemos ir por inúmeros caminhos e nos perder facilmente.Podemos encontrar de tudo, desde a pior das serpentes até a mais bela ave multicolorida.É preciso munir-se de alguns critérios e cuidados para fazer uma boa travessia e encontrar o que procuramos. Para nossos alunos, o olhar é curioso, por todo lado tem novidade. Mas o que realmente propomos? Para onde queremos ir? Quando iniciamos um trabalho utilizando o recurso da grande rede, temos que ter definidos com clareza os objetivos e oferecer caminhos seguros aos nossos educandos. Do contrário estaremos contribuindo para a formação de uma geração que tem muita informação, mas não sabe o que fazer com ela, não sabe aprofundar uma reflexão, vivendo no terreno da superficialidade. Divulgo aqui esse texto maravilhoso que traz uma metáfora muito sugestiva utilizando o conto Alice no País das Maravilhas.


O irônico sorriso do gato


Mario Sergio Cortella*

A escolha dos caminhos depende do lugar almejado

Há alguns meses, participando de um congresso sobre O Professor e a Leitura de Jornal, pudemos debater a respeito da "overdose" ferramental que invade cada vez mais o cotidiano social e, sem dúvida, também o mundo da escola.

Relembrávamos nesse debate uma das mais contundentes reflexões sobre a vida humana e que não pode ser esquecida, tamanha é a importância que carrega também para o debate pedagógico: Alice no País das Maravilhas, escrita no século XIX pelo matemático inglês Charles Dodgson (que deu a si mesmo o apelido Lewis Carroll).


Nessa obra, Alice cai. Ela está atrás de um coelho e cai em um mundo desconhecido (na verdade, a menina cai dentro de si mesma). Entre as inúmeras personagens fantásticas da obra, duas delas estão muito próximas de nós: uma é um coelho que está sempre atrasado, correndo para lá e para cá com o relógio na mão; a outra é um gato do qual somente aparece o sorriso, somente ficam visíveis os dentes e, às vezes, o rabo. Há uma cena que a gente não deve ocultar – principalmente quando se fala em ferramentas para o trabalho pedagógico e, muitas vezes, da percepção equivocada da tecnologia como redentora da educação: o encontro de Alice com o gato. Contando resumidamente, na cena, Alice está perdida, andando naquele lugar e, de repente, vê no alto da árvore o gato. Só o rabão do gato e aquele sorriso. Ela olha para ele lá em cima e diz assim: "Você pode me ajudar?" Ele falou: "Sim, pois não." "Para onde vai essa estrada?", pergunta ela. Ele respondeu com outra pergunta (que sempre de! vemos nos fazer): "Para onde você quer ir?". Ela disse: "Eu não sei, estou perdida." Ele, então, diz assim: "Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve."

Para quem não sabe para onde vai, serve de qualquer maneira o jornal, a revista, o livro, a internet, o videocassete, o cinema etc. E aí, qualquer um de nós, na ansiedade de modernizar o modelo pedagógico, eletrifica sofregamente a sala de aula ou, mais desesperadamente, sonha em fazer isso, imaginando o quanto o trabalho seria espetacular com esses instrumentos. Daí, se possível, o professor enche a sala de aparatos tecnológicos, como se, para fazer algo que interesse às pessoas, precisasse eletrificar continuamente o processo, metendo aparelhos eletrônicos ligados para todo o lado. Muitos dizem que, como os alunos estão habituados com isso, precisamos modernizar o ensino. Será?


Depende da finalidade do "para onde se desejar ir". Se você sabe para onde quer ir, vai usar a ferramenta necessária. O que se deve modernizar não é primeiramente a ferramenta, mas sim o tratamento intencional dado aos conteúdos trabalhados na escola.


Por isso, é preciso trazer sempre na memória o ditado chinês que diz: "Quando você aponta a lua bela e brilhante, o tolo olha atentamente a ponta do seu dedo."

*Professor de pós-graduação em educação (Currículo) da PUC-SP.
Fonte: Revista Educação/novembro 2002

21 agosto 2006

Internet e Educação



A rede mundial de computadores encurtou distâncias de uma forma inacreditável até pouco tempo atrás. Hoje basta um clique no mouse e é possível instantaneamente estar plugado com o outro lado do mundo. No entanto, a maior revolução que a internet trouxe não é a facilidade de acesso a informações, mas a possibilidade do usuário “interagir”, podendo interferir nesse processo, sendo autor e não apenas receptor.

Várias são as ferramentas que possibilitam essa interação: as assíncronas como fóruns, listas de discussão, blogs,correio eletrônico e as síncronas como chats, videoconferências. Através da interação é possivel estabelecer contato com outras realidades e socializar conhecimentos, construindo uma aprendizagem colaborativa. No entanto, é preciso que o educador tenha firmeza do que quer e esteja seguro do que faz, porque mesmo que nossos educandos, estejam cada vez mais agindo de forma autônoma diante das tecnologias, o educador tem um papel imprescindível no sentido de mediar a reflexão sobre as informações acessadas.

O grande desafio que vejo para o professor é encontrar o ponto de equilíbrio entre o que a escola pretende e o que o aluno tem interesse.E parece-me que é urgente conduzir o aluno à reflexão, pois existe uma grande tendência de dispersão quando ele está na rede.Pelo espírito natural de curiosidade que lhe é inerente, a hipertextualidade da net é um convite a navegar. Diante de mil possibilidades como imagens, sons, videos e hipertextos, somente um projeto que tenha significado ao aluno é capaz de mantê-lo na direção planejada.

Em relação às pesquisas, no que a net é usada em sua maioria (e mal usada, diga-se de passagem) nos deparamos com o problema do plágio. Professores que jogam os alunos diante de um assunto para pesquisar, que muitas vezes nem eles mesmos conhecem com profundidade, e pior, aceitam qualquer cópia, muitas vezes nem sequer lida pelo aluno, estimulando assim a prática do crime de desrespeito ao direito autoral,sem falar na "farsa" da aprendizagem. Como alternativa para minimizar o problema surge a webquest, que é uma metodologia de pesquisa em que o professor tem a oportunidade de se tornar autor e orientar o trabalho dos alunos dando significado à aprendizagem. Através da webquest, o aluno reconstrói o conhecimento a partir das informações iniciais, desenvolvendo tarefas propostas pelo professor e utilizando recursos de pesquisa fornecidos pelo educador. Dessa forma, ganha-se tempo evitando a navegação que pode dispersar, como assegura-se que as fontes sejam válidas.

Uma das competências que nós, educadores, temos de pensar em desenvolver nos alunos é o de saber buscar e selecionar informações, visto que a internet é uma grande rede sem controle de qualidade e nela encontramos de tudo.Vivemos uma avalanche de informações, impossíveis de serem todas assimiladas.É preciso priorizar o que mais interessa.
O professor Moran destaca muito bem sobre as possibilidades que a intenet está abrindo. Cada vez mais pode-se aprender com outras pessoas e sem estar no mesmo lugar. No entanto o que percebo é ainda muita resistência na utilização interativa da internet. Muito se tem discutido, participo de várias listas de discussão e fóruns. Mas experiências práticas são mais escassas.

Para encarar inovações é preciso munir-se de coragem e ir em frente, mesmo sob olhares desconfiados que geralmente acontecem. Tenho realizado inúmeras experiências com alunos e professores em rede e posso afirmar tudo o que disse por experiência própria. Voltarei a discutir o assunto.

11 agosto 2006

E por falar em insight

Photobucket - Video and Image Hosting

Ser bom em resolver problemas é diferente de ser bom na busca de oportunidades. Diante de um problema, o desafio é buscar a melhor solução; diante de uma oportunidade, o desafio é pensar idéias.
Oportunidade é aquilo que você vê quando ninguém está olhando. Sorte? Privilégio? Há quem pense que as oportunidades são como acidentes: só acontece com os outros. Na verdade, todos nós vivemos cercados de oportunidades, mas elas passam a existir a partir do momento em que são percebidas. E aí está o principal talento do líder visionário: perceber oportunidades onde a maioria só consegue ver crises, obstáculos e dificuldades. Mas essa é apenas uma parte da história. Veja como aproveitar as oportunidades oferecidas tão gratuitamente em sua vida.
Uma questão de crença
Resolver um problema é quase sempre se ater ao passado enquanto uma oportunidade é sempre uma especulação sobre o futuro. Ser bom em resolver problemas é diferente de ser bom na busca de oportunidades. Diante de um problema, o desafio é buscar a melhor solução; diante de uma oportunidade, o desafio é pensar idéias. Pois bem! Transformar problemas em oportunidades é uma das características do líder empreendedor.Como ver o que a maioria não vê? Enxergar oportunidades é uma questão de crença. É ser um adepto do empírico "crer para ver" do que do racional "ver para crer". E essa é uma característica do líder visionário: ser capaz de imaginar quantas maçãs existem em uma semente em vez de apenas contar as sementes que existem em uma maçã.Toda oportunidade começa, portanto, nos olhos da mente. Começa com a crença de que aquilo que é meramente uma imagem pode, um dia, se tornar realidade. É acreditar nas possibilidades mais do que nas probabilidades.Oportunidade é, sobretudo, acreditar. Mas não basta! É também uma questão de coragem.
Uma questão de coragem
Para ter êxito na vida é preciso aceitar a vulnerabilidade. Isso significa correr os riscos de abandonar a zona de conforto e mergulhar na zona de expansão. Entenda-se por zona de expansão a região do desconhecido onde os riscos nem sempre são calculados e o retorno nem sempre é garantido. É denominada de zona de expansão porque é aí que ocorre o aprendizado e o crescimento. É aí que o ser humano aproveita a oportunidade para tornar-se melhor.
Coragem não é ausência de medo, mas uma determinação de enfrentar o medo. A oportunidade é como a licença contra o medo. Diante de uma visão inspiradora e vontade de contribuir, o medo muda de tamanho. Não que o medo seja eliminado, mas ele se torna muito menor diante da causa e do projeto.Apegado ao conhecido, jamais faremos contato com o desconhecido. A oportunidade remete ao desconhecido e estará sempre presente para aqueles que desejam correr riscos e viver corajosamente.
Uma questão de ação
Uma forma de criar oportunidades é transformar problemas em projetos. Problema lembra obstáculo, aborrecimento e passado. Projeto lembra desafio, mudança e futuro.Projeto é a meio através do qual um problema pode ser transformado em oportunidade. Como o próprio nome diz, um projeto é a projeção de uma idéia, acolhida em uma situação de oportunidade. Visto assim, um projeto não é uma reprodução do passado, mas uma aventura de risco rumo ao desconhecido. O medo muda de tamanho quando estamos diante de um projeto com objetivos nobres e uma causa apaixonante e inspiradora.Projeto é o que melhor traduz as nossas crenças, desejos e desafios. É onde devemos colocar a nossa energia e o nosso tempo. Projeto é compromisso: consigo e com os que se beneficiarão dele.
Um projeto é a melhor maneira de aproveitar as oportunidades, transformá-las em novos empreendimentos, criar clientes satisfeitos, produzir resultados e ter histórias para contar no futuro.
Uma questão de atenção
É preciso prestar atenção no mundo ao redor para enxergar as oportunidades, mas é preciso estar também atento com o mundo interior. O insight nada mais é do que o encontro feliz da percepção com a intuição. Leon Tolstoi dizia que "há quem passe pelo bosque e só venha lenha para a fogueira".
Prestar atenção significa fazer uma conexão entre a realidade externa e sua fonte interior e conseguir ver além do que todos vêem. É acreditar, ter a coragem de transformar essa crença em um projeto de grandeza e de transformá-lo em realidade.

*Roberto Adami Tranjan é consultor, educador e escritor. É autor do Metanóia - Uma história de tomada de decisão para você rever os seus conceitos e A Empresa de Corpo, Mente e Alma.
Fonte: www.robertotranjan.com.br

02 agosto 2006

Mais um pouco de teorias


Aos poucos o susto vai passando. Agora o curso está começando a esquentar. O pessoal começando a entender a dinâmica da interação nos fóruns. Estou ficando mais tranqüila em relação aos conteúdos, mesmo porque muita coisa é só confirmação do que já vem acontecendo na prática.A única coisa que me aflige é dar conta do tempo. Mas haverei de conseguir.

Estruturalismo

É corrente das teorias da aprendizagem que se baseia na construção dos conhecimentos pelo sujeito. Daí o nome construtivismo. Jean Piaget, estudou os estágios evolutivos do pensamento, baseados na interação da criança com os objetos. Vygotsky enfatiza o convívio com o meio social como fator fundamental para aprender. Ainda segundo a teoria de Gestalt, a aprendizagem se dá por ensaio e erro. Mais ou menos como a tal história da "pedra que tanto bate até que fura" hehe... E ainda a aprendizagem por solução de problemas em que temos "insight", aquelas idéias repentinas que vem não se sabe de onde, nem por que, mas que se apresentam como solução para um problema que nem tínhamos em mente. Uma espécie de "luz". Certamente todas essas teorias trazem alguma verdade em si, nenhuma traz a verdade absoluta, porque o ser humano é tão perfeito e tão complexo, que dificilmente alguém poderá decifrá-los nos mínimos detalhes , a não ser Deus.


Na disciplina mídias, tudo tranqüilo. O que venho lendo é a confirmação do que já venho realizando na prática e tenho grandes expectativas de aperfeiçoar meus conhecimentos.Vamos em frente.

COM ASAS NADA É PESADO" (LEMA DA PUC-RIO)

diz muito pra mim nesse momento em que preciso manter vivo o sonho de voar além do trivial.

 
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